O Presidente da Federação Portuguesa de Natação, António José Silva, escreve sobre a estratégia definida pela FPN para chegar aos 100 000 praticantes em 2020.
Recebemos recentemente por parte do Instituto Português do Desporto e Juventude, entidade responsável pelo financiamento e regulação do desporto a nível nacional os indicadores métricos de avaliação da atividade da Federação Portuguesa de Natação enquanto instituição com Utilidade Pública Desportiva (UPD).
Não há, nestes indicadores métricos, mágica nem ilusionismo nem o martelar de dados inexistentes ou tão pouco o contabilizar, como prática sistemática, os praticantes pontuais, cadastrados à míngua de uma qualquer iniciativa isolada num contexto que não o desportivo. Desde já assumimos que esperamos aumentar até 2020 para valores próximos dos 100.000 praticantes.
Estes indicadores de crescimento e subsequente desenvolvimento são fruto de um plano, estratégico, devidamente planeado e sistematizado obtido com um amplo consenso programático a curto, médio e longo prazo (mais e melhor natação) entre todos os agentes (dirigentes, técnicos, atletas, árbitros, encarregados educação, etc.), tendo como horizonte 3 ciclos Olímpicos (2014/2016-2024).
Este processo foi efetuado mediante a implementação de alguns programas estruturantes: Portugal a Nadar (PAN), Certificação de Escolas e Clubes de Natação; a Política Desportiva Nacional com vários subprogramas: Portugal a nadar com talento, o enquadramento e promoção dos talentos identificados, com a criação dos centros de formação e treino pontuais à escala territorial e nacional para os escalões de formação e a criação do centro de formação e treino para o alto rendimento desportivo em Rio Maior (CFARD) com a aplicação das carreiras duais (treino/ensino) com as Unidades de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE).
De entre estes o PAN foi o principal impulsionador destas métricas permitindo o acesso a programas de prática certificados e inclusivos, com técnicos habilitados, destinados a diferentes públicos-alvo. Este programa pressupõe um modelo de referência para o ensino, que integra as suas várias vertentes (natação pura, polo aquático, natação artística, natação adaptada) e um processo de certificação técnico-pedagógica das escolas de natação de acordo com metodologias de análise definidas, que visam a melhoria contínua das escolas de natação, bem como a implementação de boas práticas e a promoção da natação de forma a assegurar uma prática estruturada e regulada.
Todo este processo devidamente integrado com a formação dos técnicos e alinhado com a certificação, garante a formação contínua bem como a renovação das metodologias e implementação das melhores práticas usadas na atualidade.
Foi este modelo que já permitiu conquistar para o universo da nossa atividade cerca de 80 entidades e os praticantes com prática sistemática e regular destas instituições dando corpo aos indicadores obtidos. Todas as entidades públicas e/ou privadas, com ou sem fins lucrativos que tenham a funcionar uma escola de natação fazem parte de um projeto que fará da natação uma modalidade de referência ao nível da qualidade dos seus serviços e nos resultados desportivos que daí poderão advir.
Desenganem-se os que, por inépcia associam o programa única e exclusivamente às métricas. A existência de uma escola de natação (EN) que funcione com parâmetros adequados permite garantir a qualidade do processo de ensino-aprendizagem e manter elevados os níveis de satisfação dos alunos e encarregados de educação. Quando os níveis de satisfação e o envolvimento se mantêm elevados, a fidelização dos alunos à escola de natação tende a ser maior, melhorando a imagem da escola junto da sociedade.