ANTEVISÃO - Mundiais de Curta Budapeste 2024

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ANTEVISÃO - Mundiais de Curta Budapeste 2024

Antevisão por João Bastos*

O ano termina numa piscina que a natação mundial conhece bem, a Duna Arena, em Budapeste, mas desta vez no formato de piscina curta.

Os Campeonatos do Mundo de Piscina Curta decorrem de 10 a 15 de dezembro na capital húngara e terão a participação de três nadadores portugueses: Ana Pinho Rodrigues, Francisca Martins e José Paulo Lopes.

Apesar de curta, é uma delegação portuguesa mais composta do que no último mundial de curta, onde as cores nacionais foram defendidas apenas por um nadador (João Costa).

A competição volta ao continente europeu doze anos depois de Istambul 2012 e é a primeira grande competição internacional depois dos Jogos Olímpicos Paris’2024.

Antes de olharmos para as perspetivas individuais de cada um dos três nadadores portugueses que estarão a competir em Budapeste, fazemos uma antologia pelo histórico de participação lusa em mundiais de curta.

Histórico de participações

O campeonato do mundo de piscina curta é uma competição que foi instituída em 1993, quando decorreu em Palma de Maiorca a primeira edição.

Portugal participa desde o início, só tendo falhado uma edição, a de Indianapolis 2004.

Foram, assim, 15 participações portuguesas, por intermédio de 49 nadadores.

Dos três lusos que participam este ano, em Budapeste, apenas José Paulo Lopes é repetente. O nadador do Sporting Clube de Braga esteve presente em Abu Dhabi 2021.

A maior delegação portuguesa foi logo a da primeira edição. Em Palma de Maiorca’93, Portugal foi representado por 11 nadadores.

Já a edição mais bem-sucedida foi a de Moscovo’02, a única onde Portugal chegou ao pódio. Foi por José Couto nos 50 metros bruços, alcançando a medalha de prata com a marca de 27.22.

No total, Portugal já esteve presente em 18 finais dos campeonatos mundiais de piscina curta, sendo a última vez em 2018, ou melhor, as últimas vezes, já que em Hangzhou’2018, estivemos em três finais: nos 200 metros mariposa femininos por Ana Catarina Monteiro, nos 400 metros estilos masculinos por João Vital e nos 4x200 metros livres masculinos por Miguel Nascimento, Alexis Santos, Gabriel Lopes e Diogo Carvalho.

O 6.º lugar de Ana Catarina Monteiro em Hangzhou foi mesmo a melhor classificação da natação feminina nesta competição.

Já o nadador português com mais presenças em finais é Diogo Carvalho, com três finais individuais e duas finais de estafetas. Contabilizando só finais individuais, é José Couto que surge na frente com quatro.

Em número de participações, Nuno Laurentino e Diogo Carvalho lideram com seis participações cada um. Se juntarmos o histórico dos dois nadadores há quase uma passagem de testemunho, encontrando-se um hiato em Shanghai 2006, ou seja, Nuno Laurentino esteve presente em todas as edições dos mundiais de curta entre 1993 e 2002 (inclusivamente na edição de Atenas’2000 foi o único nadador português presente) e Diogo Carvalho esteve presente em todas as edições entre 2008 e 2018.

Antevisão dos Mundiais de Budapeste

Esta é a primeira competição internacional desde os Jogos Olímpicos de Paris’2024, o que significa, que é na Duna Arena que se inicia o novo ciclo olímpico que culminará nos Jogos de Los Angeles’2028.

Dos três representantes portugueses que vão competir na Hungria, nenhum esteve em Paris, tendo sido a única não olímpica (Francisca Martins) aquela que mais próxima esteve de ganhar o direito a nadar na La Defense Arena.

Detalhamos em seguida o programa e as perspetivas dos nossos representantes no próximo mundial de piscina curta.

Ana Pinho Rodrigues – Já anunciou, no final da época passada, que esta será a sua última competição internacional da carreira.

Aos 30 anos, e a representar o seu quinto clube da carreira, a nadadora do Sporting Clube de Braga, orientada por Rafael Ribas, prepara-se para se estrear em mundiais de piscina curta, ela que é das nadadoras portuguesas com mais experiência internacional de sempre, contando no currículo com uns Jogos Olímpicos (Londres’2012), dois Mundiais de piscina longa, quatro Europeus de piscina longa, quatro Europeus de piscina curta, um Mundial de juniores, dois Europeus de juniores, uma Universíada e um Festival Olímpico da Juventude.

Em Budapeste vai nadar os 50 e os 100 metros bruços, estando mais bem posicionada na lista de entrada nos 50 metros bruços, com o 19.º lugar, havendo uma possibilidade de poder aceder à meia-final.

Ana Rodrigues traz a motivação de ter conseguido, na sua última competição internacional, chegado a uma final, quando foi 7.ª nos 50 metros bruços nos Europeus de Belgrado, em junho deste ano.

Francisca Martins – Mais uma grande competição para o currículo da jovem nadadora do FOCA-Quinta da Lixa de Felgueiras, treinada por Simão Marinho.

Depois de ter ficado tão próxima da estreia olímpica aos 21 anos, a nadadora de Felgueiras encara este novo ciclo olímpico com redobrada esperança de vir a marcar presença na prova maior do desporto mundial em 2028.

Francisca também terminou o ciclo anterior com um grande resultado: o bronze nos Europeus de Belgrado nos 400 metros livres, a sua terceira medalha internacional, depois de ter sido prata e bronze nos Europeus sub-23, em 2023.

A nadadora que sempre representou o FOCA, já esteve num Campeonato do Mundo de piscina longa (Doha 2024), em dois Campeonatos da Europa de piscina longa, em dois Campeonatos da Europa de piscina curta, num Campeonato da Europa de sub-23, nuns Jogos do Mediterrâneo e num Europeu de Juniores e fará, já amanhã, a sua estreia em Campeonatos do Mundo de Piscina Curta.

Francisca Martins nadará os 200, 400 e 800 metros livres, começando com a prova onde está mais bem posicionada na lista de entrada, os 400 metros livres (15.ª colocada). Segue-se na quarta-feira a prova dos 800 metros livres e fecha a sua participação no último dia, domingo, com as eliminatórias dos 200 metros livres.

Todas as provas que Francisca nada têm final direta, pelo que ultrapassar a fase das eliminatórias será tarefa árdua para a nadadora felgueirense.

José Paulo Lopes – O único repetente dos três é, no entanto, o único que alterou a sua orientação técnica na presente temporada.

Apesar de continuar (como sempre ao longo da sua carreira) ao serviço do Sporting Clube de Braga, terminou a ligação de anos com o seu anterior treinador, Luís Cameira, sendo agora treinado por Rafael Ribas.

José Paulo já esteve presente no mundial de curta de Abu Dhabi, em 2021, tendo sido bastante bem-sucedido com o estabelecimento dois recordes nacionais absolutos nessa ocasião: o dos 400 metros livres e o dos 1500 metros livres.

Em Budapeste, o nadador bracarense vai nadar os 400 e os 800 metros livres, começando na 5.ª feira com os 400 metros livres e nadando no sábado os 800 metros livres, prova onde surge rankeado com o 16º melhor tempo.

Ambas as provas são de final direta.

José Paulo Lopes tem a particularidade de ser o nadador português com maior diversidade de provas internacionais no seu currículo, até por também ter participado nas competições do desporto escolar.

Conta com participações em Jogos Olímpicos (Tóqui’2020), Mundial de Longa (Budapeste’2022), Mundial de Curta, Europeus de Longa, Europeus de Curta, Europeus de Sub-23, Europeus de Juniores, Universíadas, Gimnasíadas, Mundial do Desporto Escolar, Taça Latina e Festival Olímpico da Juventude Europeia.

A 17.ª edição dos Campeonatos do Mundo de piscina curta tem início amanhã, dia 10 e decorre até domingo, dia 15.

*Artigo redigido com colaboração de Carlos Freitas

MAIS INFORMAÇÃO: https://fpnatacao.pt/noticia.php?codigo=4688