Mundial Sub 20 Feminino Coimbra 2023 - Portugal termina a sua participação no Mundial Sub 20 Feminino em 16.º lugar.
Madalena Lousa foi a melhor marcadora do Mundial Sub 20 Coimbra 2023. A portuguesa somou 28 golos, mais que a francesa Ema Vernoux (25) e a norte americana Jenna Michelle Flynn (23).
A última partida da seleção frente ao Cazaquistão terminou com o resultado desfavorável para as cores nacionais de 10 – 6.
A formação lusa registou uma desvantagem nos três primeiros parciais, por 1-3, 1-3 e 2-3 para no derradeiro tempo ter feito o 2-1.
Portugal somou em Coimbra três vitórias frente à África do Sul 13-7 (4-1; 3-2; 4-2; 2-2), Chile 25-4 (8-1; 3-0; 8-2; 6-1) e India, 20-4 (8-0; 2-2; 3-2; 7-4) tendo perdido com Nova Zelândia 15-8 (0-5; 5-4; 2-3; 1-3), Japão, 17-9 (3-6; 8-3; 3-4, 3-6) e Cazaquistão, 10-6 (1-3; 1-3; 2-3; 2-1).
Ferran Pascual, treinador da seleção: «Analisamos a nossa participação neste mundial de forma muito positiva: Chegamos aqui após dois mundiais onde não vencemos nenhum jogo e em Coimbra vencemos três jogos, deixamos quatro equipa para trás.
A participação de Portugal foi ao nível médio. Estou seguro que o jogo frente ao Japão poderíamos ter vencido, assim como com o Cazaquistão.
Falta-nos solidez e experiência e isso foi evidente durante o campeonato e durante os jogos. Estas equipas estão acostumadas a jogar nos mundiais.
A nossa seleção é muito irregular, fazemos partidas muito boas, mas depois não conseguimos manter o nível. Como equipa temos de melhorar e isso se consegue à base de trabalho, de treino, de participações em campeonatos de forma regular.
O objetivo foi cumprido – mostramos que Portugal está num nível, mais alto, que estamos a competir com um nível médio da europa e do mundo. Estamos muito orgulhosos de tudo o que elas fizeram.
Foi duro – estivemos todo o mês de agosto a treinar – tudo pelo polo aquático, tudo para chegar a este mundial em forma. Agora o trabalho tem de continuar na seleção, mas também nos clubes para poderem chegar mais longe.
Não nos conformamos, queremos mais. Próximo passo é melhorar as classificações neste mundial e no europeu. Esse é objetivo que definimos e acredito que podemos conseguir.»
António Machado, selecionador nacional: «a última imagem é a que fica na memoria das pessoas e esta é profundamente injusta para o que esta seleção trabalhou e conseguiu.
Acabei de dizer à equipa que isto é o polo aquático. Dei o exemplo da Espanha que deu 10-4 a Israel e ontem venceu a Holanda que é muito superior a Israel. Israel também fez um brilhante resultado com a Espanha e no dia seguinte levou 18-2 dos EUA.
Todos sabemos que no desporto há dias em que estamos melhor e outros em que não estamos tão bem. Hoje foi um dia mau. Nós tentámos contrariar ao máximo. Entrámos bem no jogo, tivemos boas oportunidades que falhamos. Se tivéssemos concretizado os golos que falhamos à frente da baliza eventualmente teriamos um jogo diferente. Há que reconhecer que a equipa hoje não esteve bem, ao nível que jogou neste mundial. Eu assumo toda a responsabilidade. Acabamos por ficar em 16.º lugar.
É um lugar merecido, mas poderíamos ter ficamos dentro dos 13/14, porque fizemos um grande jogo com o Japão e esteve à beira de conseguir esse feito. Foi o nosso ponto alto este jogo com o Japão. Tudo o que se possa dizer de negativo do jogo de hoje frente ao Cazaquistão, ao vermos o jogo do Japão concluímos que é o reflexo do trabalho. O Japão é uma equipa dificílima, estranha, e a nossa capacidade de adaptação mostrou que o trabalho vale a pena. Poderíamos ter vencido.
Com a Nova Zelândia não estivemos tão bem, principalmente no início de jogo, depois nivelámos ao longo do jogo. Mostramos que estamos num patamar próximo de equipas que tem outro nível outra estrutura. Isso acontece, claro pela qualidade das jogadoras, apesar das jogadoras de há quatro anos não ser muito diferente desta, portanto o que vejo é mais trabalho. Amanhã de regresso a casa, é o 40.º dia em que estivemos juntos. Algo que não trocaria por nada.
Estou neste projeto por convicção. Não sou remunerado na seleção, nunca o exigi que fosse porque o que faço é porque acredito que o polo aquático português merece estar num patamar do top 10 da Europa. Nesta altura não o conseguiu, mas o que é certo se for realizado trabalho tenho a certeza que o vamos conseguir. Elas são todas sub 20. Temos jogadoras como a Inês Nunes e a Inês Braga com mais de 35 anos. Portanto, tem 15 anos pela frente. Têm de se dedicar, acreditar que é possível e vão todas ser excelente jogadoras.
Elas têm 15 anos pela frente eu não tenho, se me permitirem, o que irei continuar a fazer nos próximos 4 anos traçar como objetivo que Portugal passe a qualificar-se permanentemente para os Europeus absolutos que haja uma reformulação no processo de formação, que é necessário, tivemos uma série de nadadoras, de diversos clubes – Aminata, Lagoa, Sporting, clubes que não têm polo aquático feminino. Há que fazer um trabalho de base para que aquilo que se pretende conquistar nos próximos anos – uma perante presença nos Europeus – e se o conseguirmos entrar nos 10 primeiros de forma regular. Esta é a minha ambição. Faço-o com convicção.
Uma palavra para a todas as jogadoras, a todo este grupo que esteve unido durante 40 dias. Tudo corre dentro do que estava planeado. Problemas que acontecem são tratados no seio da equipa.
Hoje faltou-nos um pouco de foco - falhamos golos isolados; de atitude – muito cedo a equipa ressentiu-se do resultado. É a experiência de competição. Portugal não participa – compete. Dentro das suas possibilidades ao mais alto nível. O balanço seria sempre positivo, eu conheço as jogadoras, o trabalho, o dia-a-dia. Independentemente dos resultados que considero positivos – três vitórias e três derrotas. Nunca tinha acontecido uma vitória num mundial. Considero a melhor participação num mundial sub 20.
Agradeço a todos o que tornaram este percurso possível, federação. Não podemos fazer isto sozinhos. Temos de continuar a trabalhar, nos clubes, na formação. Tenciono apresentar um plano o mais rapidamente possível para que a federação o possa aceitar e desenvolver esse trabalho. Mas tem de haver vontade de todos. O reflexo das seleções é o polo aquático nacional. Temos de dar valor ao que estas jogadoras fizeram. Esta seleção é portuguesa de gema. A única jogadora que espera naturalização, que vive em Portugal há seis anos, não foi permitido jogar. Mas o caminho é o trabalho.»
Sexta-feira, 15 de setembro
09h00 – Portugal x Cazaquistão – para 15.º 16.º, 6-10 (1-3; 1-3; 2-3; 2-1)
10h30 - Japão x França – para 13.º 14.º
12h00 – Canadá x Croácia - para 11.º e 12.º
13h30 – Austrália x Brasil – para 9.º e 10.º
15h30 – Israel x Nova Zelândia – para 7.º e 8.º
17h00 – EUA x Grécia para 5.º e 6.º
18h30 – para Bronze e 4.º Países – Países Baixos x Itália
20h00 – para Ouro e Prata – Espanha x Hungria
RESULTADOS e DIRETO: