No Jamor com um olho posto em Roma.

Antevisão por João Bastos

O Estádio Nacional volta a acolher os Campeonatos Nacionais de Juvenis e Absolutos - Open de Portugal, entre quarta-feira e sábado, dia 27 e 30 de julho de 2022

Esta é a última competição do calendário nacional de provas da Federação Portuguesa de Natação, mas serve de último teste para os 10 selecionados que representarão a seleção portuguesa nos campeonatos  da Europa de Roma  de 11 a 17 de agosto.

Quem serão os campeões de fim de época?

Num Open com baixa participação de equipas e nadadores estrangeiros, destacando-se neste particular a seleção da Argentina e dois clubes espanhóis, as atenções viram-se para os nadadores portugueses, sendo que muitos internacionais que competirão em Roma não alinharão nas suas melhores provas.

Desde logo, dos 10, não vão estar no Jamor os dois nadadores do Louzan Natação, Gabriel Lopes e Camila Rebelo. Diogo Ribeiro não irá nadar nenhuma das quatro provas que nadará em Roma, Ana Catarina Monteiro não alinha nos “seus” 200 mariposa e João Costa, selecionado para nadar as três provas de costas em Roma, no Jamor só nadará os 50 metros à qual junta os 50 mariposa.

Diana Durães e Tamila Holub vão encontrar-se nos 800 metros livres, mas nenhuma das duas estará nos 1500. Ana Pinho Rodrigues concentra-se nas provas de livres, mas também nos 50 metros bruços onde costuma aproveitar todas as oportunidades para evoluir o seu recorde nacional, deixando de fora os 100 bruços.

Quem vem com tudo são os costistas Rafaela Azevedo e Francisco Santos. A nadadora do Algés alinha nos 50 e 100 costas e o nadador do Sporting na tripla de costas. Rafaela vem praticamente direta do Open de Espanha onde conquistou dois bronzes, precisamente nas mesmas provas.

Com os europeus em fase de afinação final, os principais destaques da competição poderão vir de outros nadadores internacionais que encerram nestes campeonatos a sua época. Do lado masculino Miguel Nascimento vem motivado com a sua prata e recorde nacional nos 50 metros livres nos Jogos do Mediterrâneo onde ficou com os 21 segundos ao alcance, nadando em 22.01 (21.96 é o mínimo A estabelecido para a qualificação olímpica que “abre” a 1 de março de 2023). Alexis Santos é outro nome a seguir. O sportinguista nadará os 50 costas e 50 bruços, tal como nos Jogos do Mediterrâneo. Nos 50 costas é o detentor das 5 melhores marcas nacionais de sempre.

Do lado feminino destacam-se três jovens nadadores que surgem no topo da 'start list' de várias provas. Mariana Cunha continuou o seu crescimento chegando a três finais dos Jogos do Mediterrâneo (nas três provas de mariposa) e aproximando-se bastante dos mínimos para os Europeus nos 100 metros mariposa. Francisca Martins tem sido uma nadadora super consistente nos 200 metros livres já nadando três vezes este ano em 2:01.8(x), ameaçando seriamente o recorde nacional de Diana Durães estabelecido em 2:01.48. A júnior Carolina Fernandes, depois de ter sido três vezes campeã nacional absoluta em março/abril, vem dos Europeus de Juniores pronta para ficar novamente à frente das suas adversárias mais velhas.

Oportunidade para os juvenis

Ao contrário de várias das edições anteriores, os melhores nadadores nacionais absolutos não se viram impedidos de vir ao open por compromissos internacionais sobrepostos, mas já não acontece o mesmo com os nadadores juvenis.

Enquanto decorrem estes nacionais de juvenis, acontece na Eslováquia o Festival Olímpico da Juventude, onde a natação portuguesa está a ser representada até sábado por uma equipa de oito nadadores (4 masculinos e 4 femininos) abrindo excelentes oportunidades para outros nadadores se destacarem no plano interno.

Assim, o protagonismo neste escalão poderá vir para nadadores que já se sagraram campeões nacionais das suas categorias em março, tais como Daniel Tavares, André Ramos, Guilherme Baptista, Leonardo Moura, Mark Zhukov, Leonardo Cruz, Leonardo Reis, Bruno Loureiro, Maria Gomes Neves, Maria Emília Almeida e Leonor Parente.

Os campeões da era Open

Este modelo do Open de Portugal estabeleceu-se na época 2009/2010 e nem sempre decorreu no formato de eliminatórias e finais.

Desde então muitos foram os multi-campeões e autênticos dominadores em determina(s) prova(s) independentemente da qualidade dos nadadores estrangeiros que vieram a esta competição aumentar o nível. E já foram muitos nomes sonantes que estiveram presentes nesta competição com Adam Peaty e Sarah Sjöström à cabeça, mas também Domenico Acerenza, Louise Hansson ou Michelle Coleman.

Apesar de grandes nomes da natação mundial que vieram competir no Open de Portugal até mais do que uma vez, os portugueses são os grandes dominadores da competição e entre eles destacam-se vários pelas sequências de vitórias extraordinárias.

A maior vencedora de títulos Open ainda está no ativo e perspetiva-se que venha a aumentar o seu registo já nestes quatro dias. É Ana Pinho Rodrigues, vencedora de 20 títulos Open. Segue-se Alexis Santos com 13 títulos, Ana Catarina Monteiro com 11 e Nuno Quintanilha com 10, tantos quantos Victoria Kaminskaya e Tamila Holub.

Em termos de sequências de vitórias, a maior sequência pode já ser melhorada nestes campeonatos. É um registo que pertence também a Ana Pinho Rodrigues que vai com 5 títulos consecutivos nos 50 livres e também nos 50 bruços, podendo chegar ao 6º título consecutivo em ambas.

Ana Catarina Monteiro tem um histórico impressionante na prova de 200 metros mariposa. Em 11 edições ganhou 8. Também nos 200 mariposa, mas no setor masculino, Nuno Quintanilha abriu com um strike impressionante: nas primeiras seis edições do Open foi vencedor em 5 delas.

Os fundistas têm um aspeto curioso: no setor feminino há quatro edições consecutivas que a vencedora dos 400, 800 e 1500 metros livres é a mesma: 2021 – Ema Conceição; 2019 e 2018 – Tamila Holub; 2017 – Paula Alonso. Já no setor masculino só José Paulo Lopes conseguiu fazer isso, mas fê-lo por duas vezes, em 2018 e 2019.

No que respeita aos estrangeiros, a maior ganhadora de provas do Open de Portugal é a britânica Jessica Fullalove com 6 títulos. No lado masculino é o italiano Domenico Acerenza com 4.

Dois nadadores conseguiram títulos em 5 provas diferentes: Alexis Santos (100L, 200L, 50C, 200E e 400E) e Tomás Veloso (200L, 400L, 800L, 200E e 400E).

No lado feminino Danielle Lowe tem igual registo (50B, 100B, 200B, 200E e 400E), com a diferença de ter conseguido todos os títulos na mesma edição.

Recordes do Open

Em Portugal não há a norma de registar melhores tempos de determinada competição, excetuando alguns meetings, mas o Open de Portugal tem garantido muitas marcas de relevo, algumas são recordes nacionais, outras ainda melhores que os recordes nacionais, pelo que pode ser motivo de interesse adicional identificar os melhores tempos e os seus executantes na expetativa de ver cair também recordes do Open de Portugal:

O Open de Portugal começa amanhã e pode acompanhar em direto em natacao.tv