European Aquatics Artistic Swimming Funchal 2025, 2 a 5 de junho.
Anna Luiza Carvalho e Inês Maria Dubini competem no dueto técnico e livre no Europeu de natação artística que se realiza no Funchal de 2 a 5 de junho.
As portuguesas regressam à Madeira onde competiram no Europeu de juniores em 2023. Para o site da FPN, revelam como está a decorrer a preparação, as memórias da estreia na Madeira, as suas recentes participações internacionais absolutas, o seu clube Fluvial Portuense e os objetivos para o Europeu 2025.
Como está a decorrer a preparação para o Europeu Funchal 2025?
A preparação está a decorrer de forma muito focada e intensa, com muita dedicação e trabalho duro. Estamos a trabalhar diariamente para aperfeiçoar as duas coreografias e fazermos cada vez melhor, com mais dificuldade e um melhor nível de execução. Para além disso, continuamos muito motivadas a dar o nosso melhor todos os dias para chegar ao Europeu na nossa melhor forma.
Este ano competiram pela primeira vez em absolutos no plano internacional na Taça do Mundo de Paris, o que nos podem revelar da vossa coreografia do dueto absoluto (livre e técnico).
Na Taça do Mundo de Paris tivemos a nossa primeira estreia internacional como dueto absoluto, onde competimos o dueto técnico, que já nos deu uma boa base de experiência. Embora agora para o Funchal seja a mesma coreografia que apresentamos lá, sofreu muitas alterações, tanto ao nível de dificuldade, como de artística e resistência. Por isso, estamos muito animadas para mostrar a nova rotina, uma vez que evoluímos bastante desde Paris e temos uma coreografia praticamente nova. Quanto ao dueto livre, estamos muito entusiasmadas, porque será a primeira vez que o apresentamos internacionalmente. É uma coreografia bastante exigente, tanto a nível físico quanto artístico e mental, que representa um desafio para nós. Queremos mostrar tudo aquilo que essa coreografia nos transmite, força, resistência, resiliência e emoção. Estamos a fazer um trabalho árduo para que seja uma estreia marcante e que demonstre a nossa essência como um dueto.
O facto de serem do mesmo clube (Fluvial Portuense) é uma vantagem…
Sem dúvida que sermos do mesmo clube (Fluvial Portuense) é uma vantagem para nós. Treinamos juntas todos os dias, o que nos permite desenvolver uma ligação muito forte dentro e fora de água. Já nos conhecemos muito bem, fazemos dueto juntas no clube há quatro anos, portanto sabemos como cada uma de nós é, o que facilita muito a comunicação, sincronização e confiança durante as rotinas. Nós crescemos juntas no Fluvial, e poder representar Portugal mais uma vez a este nível como um dueto é algo muito especial e simbólico para nós as duas.
O Fluvial é um clube referência da natação artística…
O Clube Fluvial Portuense é, sem dúvida, um clube de referência na natação artística em Portugal. Tem um percurso muito marcante na modalidade e uma base muito forte e essencial na formação de atletas de alto nível, que se reflete no número e qualidade de atletas que participam nas competições internacionais. Esta prova na Madeira é um ótimo exemplo, uma vez que o clube será representado por 10 atletas, juvenis e absolutos, o que mostra a força e consistência do nosso trabalho de clube. Sentimo-nos muito bem preparadas e com um grande sentido de responsabilidade, não só por representar Portugal, mas também o Fluvial que tem sido a nossa base de desenvolvimento. Queremos retribuir todo o apoio com uma boa performance e ajudar a elevar ainda mais o nome do Fluvial.
Como é o vosso “dia-a-dia”, escola — treinos? Qual a vossa área de estudo? Tem dificuldades em conciliar?
O nosso dia a dia é bastante intenso, porque estamos a conciliar os treinos com o ensino superior, o que exige muita organização e disciplina. A Anna está no primeiro ano de Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e a Inês está no segundo ano de Arquitetura Paisagista na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. São áreas muito exigentes, e tentamos gerir ao máximo os treinos com os estudos, pois treinamos todos os dias, tanto antes das aulas quanto depois. Não é fácil, mas quando se faz algo com paixão e sobretudo muita dedicação, torna-se possível. Temos objetivos tanto no desporto quanto nas nossas áreas de estudo, por isso, apesar de existirem muitos desafios e momentos de cansaço, sabemos que estamos a investir no nosso futuro dentro e fora de água.
É vosso regresso à Madeira após o Europeu de juniores 2023. Como recordam essa experiência?
O regresso à Madeira tem um significado muito especial para nós. Em 2023, foi lá que competimos pela primeira vez internacionalmente como um dueto, no Europeu de Juniores, com o nosso dueto técnico. Foi uma experiência muito marcante, onde aprendemos imenso. Lembramo-nos da emoção e da incrível sensação de representarmos o país pela primeira vez lado a lado. Já éramos um dueto no clube há dois anos, mas nunca tínhamos competido juntas internacionalmente, por isso foi uma prova que ficará para sempre marcada na nossa trajetória enquanto dueto, uma vez que simbolizou para nós, fruto do nosso trabalho e esforço. Agora, voltar à Madeira para competir num Europeu Absoluto, dois anos depois, mostra-nos o quanto crescemos enquanto dupla. É quase como fechar um ciclo e começar outro, ainda mais desafiante. Sentimo-nos mais maduras e preparadas e com muita confiança do nosso trabalho. Vai ser muito especial voltar a competir no Funchal, agora com mais experiência, mais ambição e com a oportunidade de mostramos o quanto evoluímos desde o europeu de juniores em 2023.