Ricardo Sousa em entrevista após a sua 100.ª internacionalização por Portugal

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Ricardo Sousa completou recentemente a sua 100 internacionalização pela seleção de Portugal.

O jogador português completou a sua 100 internacionalização com uma vitória frente à Ucrânia no jogo que deu a Portugal o 7.º lugar na Taça do Mundo em Istambul - Men's Water Polo World Cup, Division 2 (Turquia).

O pivot, também conhecido por “Frea”, entre os amigos devido à cidade de Freamunde de onde é natural, recorda os primeiros anos na modalidade, com os pontos altos na seleção com as vitórias no Torneio das Nações, assim como a participação nos Jogos Mediterrâneos em 2018 e na World Cup em 2024.

O jogador do Fluvial Portuense, desde 2023, mestre em Educação Física e Desporto, considera que um jogador de Polo Aquático para chegar ao topo tem de reunir «talento, ambientes favoráveis ao seu desenvolvimento e acima de tudo treinar no limite e ter prazer a treinar e jogar».

 No seu currículo Ricardo Sousa soma ainda três campeonatos 1.ª Divisão Masculina, quatro Taças de Portugal e três Supertaças.

Nome - Ricardo Pedro Moura Sousa

Idade 36 Anos

Clubes - 1993-2017 Serviços Sociais da Câmara Municipal de Paredes; 2017-2019 Clube Naval Povoense; 2019-2023 Clube Aquático Pacense; 2023 - atual Clube Fluvial Portuense;

Títulos: 3 campeonatos 1.ª Divisão Masculina; 4 Taças de Portugal; 3 Supertaças; 1 Júnior; 1 Juvenil.

Formação: Mestre em Educação Física e Desporto, no qual exerço no município de Paços de Ferreira como técnico de enriquecimento curricular.

Treinador de Grau II em polo aquático e natação pura, onde exerço no clube Fluvial Portuense como professor de natação e treinador de Polo Aquático.

100 jogos pela seleção - que balanço faz da sua carreira? como se define como jogador?

Até ao momento é de equilíbrio da balança entre a minha dedicação e o que polo aquático me proporciona, e nesse sentido sinto-me em parte realizado porque existem ainda metas a alcançar, nomeadamente a qualificação para o campeonato da Europa e posteriormente a presença na competição.

Como jogador na posição de pivot, foi sempre evoluindo e adaptando as minhas características com a evolução do jogo e do meu corpo.

Num início de carreira, mais imaturo taticamente, mas com uma intensidade e poder de explosão relevantes para a época, neste momento considero que a minha grande mais valia é o conhecimento e capacidade de antecipar as ações de jogo.

Recorde-nos o seu início na modalidade e os destaques no seu percurso (clubes, épocas).

Aos 5 anos ingresso na escola de natação em Paredes dos 8 aos 13 faço parte da equipa de competição de natação pura do clube Paredense e começo a jogar polo com 14 anos também ali, até aos 29 anos. Onde destaco os títulos nacionais conquistados de campeão Juvenil em 2003, júnior em 2005, e como jogador/treinador campeão da 1.ª Divisão em 2014 e 2015, vencedor da super-taça em 2014, 2015 e 2016 e vencedor da taça de Portugal em 2015, 2016 e 2017. 

Em 2017 abraço o projeto do Clube Naval Povoense, onde em 2 épocas fui vice-campeão nacional.

Em 2019 aceito o convite do Clube Aquático Pacense onde joguei 4 épocas.

Neste momento jogo pelo Clube Fluvial Portuense desde 2023, onde já conquistamos um Campeonato e uma Taça de Portugal.

Em termos de seleção iniciei os trabalhos ainda pelas seleções jovens em 2004, e chego a minha 1.ª internacionalização em 2007 no torneio das 6 nações em Genebra.

Pela seleção os grandes destaques são as vitórias nos Torneios das Nações em 2007, 2011, 2013, 2019 e 2024 bem como a presença no Jogos Mediterrâneos em 2018 e na World Cup em 2024.

Qual o jogo que mais o marcou, que momento destaca (situação, jogada, adversários).

Há uma jogada golo, que me ficou marcada por muitos fatores que é num jogo em 2017 numa meia final de Taça de Portugal na altura contra o meu atual clube, em que regresso após uma lesão no ombro que me obrigou a parar alguns meses numa bola que me é colocada na posição de pivot e disputada por mais 4 jogadores adversários nada menos que o Carlos Gomes, João Leite, Tiago Paraty e Pedro Sousa, com um toque subtil com o pé levanto a bola tirando  de uma só vez do lance estes colegas e acabo por finalizar de uma forma depois simples de baliza aberta. Este foi um momento importante por dizer que tinha regressado a jogar, e naquele jogo equilibrado, foi também para mim o momento que decidiu o rumo da partida.

Que características fundamentais entende que um jogador de polo deve ter para chegar ao top?

Talento, ambientes favoráveis ao seu desenvolvimento e acima de tudo treinar no limite e ter prazer a treinar e jogar.

Uma mensagem poderia enviar aos jovens que agora começam na modalidade?

Criem ídolos, vejam jogos, vejam movimentos, jogadas, remates etc…, e que no treino tentem replicar, perguntem como se faz e se divertirem a jogar.