Inês Nunes em entrevista após completar 100 internacionalizações por Portugal

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A jogadora Inês Nunes completou a sua 100 internacionalização com as cores de Portugal. Aproveitando para recordar esse feito pela atual jogadora do Benfica, a FPN procurou com esta entrevista dar a conhecer a internacional que soma no seu currículo 7 títulos de campeã de Portugal.

Brevemente iremos lançar as entrevistas a Pedro Sousa e Ricardo Sousa jogadores que recentemente também atingiram as 100 internacionalizações pela equipa de Portugal.

Nome – Inês Nunes. Idade – 14/08/1987. Naturalidade - Lisboa

Clubes - Arsenal 72, Clube Natação da Amadora (CNA), WP9820 Pamplona (Espanha), Benfica.

Títulos - 7 Campeonatos Nacionais / 9 Taças de Portugal / 7 Supertaças 

Formação (profissional, académica) - Licenciada em Gestão do Desporto

1.    100 jogos pela seleção - que balanço faz da sua carreira? como se define como jogadora? 

Completar 100 jogos pela seleção nacional é um marco muito importante na carreira de qualquer atleta, é com orgulho que visto as cores do nosso país, sempre com o mesmo compromisso e dedicação, desde o primeiro jogo. Considero que fazer parte da seleção e poder representar o país além-fronteiras é, sempre, um momento único, carregado de responsabilidade e emoção. Considero-me uma jogadora dedicada, persistente, focada nos objetivos e na evolução contínua. A paixão pela nossa modalidade fez-me continuar até hoje, gosto de partilhar a minha experiência com as mais novas, como fizeram comigo quando me iniciei neste desporto. Acredito que esta partilha, esta sinergia que se cria entre a equipa é fundamental para a sua coesão e cumplicidade, o que se reflete no próprio treino e jogo. Um bom ambiente torna as dificuldades mais fáceis de ultrapassar. Agradeço a todos aqueles com quem me cruzei durante este percurso, treinadores e atletas, não esquecendo aqueles que sempre me apoiaram "fora da piscina", família e amigos, foram fundamentais neste longo percurso. 

2.    Recorde-nos o seu início na modalidade e os destaques no seu percurso (clubes, épocas).

Comecei muito cedo na natação, mas nunca fui atleta de competição, participei apenas em pequenos torneios internos e demonstrações. Aos 14 anos, a convite do meu professor de natação, fui convidada a experimentar o Polo Aquático. Na altura nem sabia que este desporto existia. Depois de experimentar foi tudo muito rápido, desde estar inserida na equipa a começar a jogar. Joguei como infantil e juvenil no Arsenal 72 e, quando ascendi ao escalão júnior, resolvi ir jogar para o Clube Natação da Amadora (CNA). Representei o CNA durante 8 épocas, até que recebi um convite para ir jogar em Espanha. Aceitei o desafio e estive 3 épocas a representar o WP9820 – em Pamplona. Após três épocas a representar o clube espanhol tive que tomar uma decisão bastante difícil, continuar fora de Portugal ou voltar a casa. A minha decisão foi apenas e só tomada com o coração! Voltei a Portugal, voltei a reunir-me com as minhas colegas/amigas que deixei para trás quando ingressei nesta aventura internacional e juntei-me ao projeto do SL Benfica. Apesar de, atualmente, a equipa do SL Benfica já não ser a mesma que me fez regressar em 2017, continuo a sentir-me em casa. Obrigada a todas as minhas colegas/amigas de equipa!

3.    Qual o jogo que mais o marcou, que momento destaca (situação, jogada, adversários).

Tenho que destacar os jogos de qualificação que nos permitiram o apuramento para o Europeu 2016, em Belgrado. Esta fase de apuramento foi realizada em Rio Maior, o nosso grupo era constituído pelas seleções de Suíça, Croácia e Grécia. Foi o concretizar de um sonho, um momento único, carregado de emoção e muita felicidade. Carimbamos, nesses dias, o nosso passaporte para Belgrado, junto de todos aqueles que nos apoiaram e que acreditaram que seria possível. Obrigada!

4.    Como avalia o atual momento do Polo Aquático em Portugal?

O Polo Aquático feminino em Portugal vive uma fase de crescimento, temos jogadoras muito novas, com muita qualidade, mas que precisam de ser trabalhadas. Esta geração é bastante comprometida, tem muita vontade de aprender e evoluir. Acredito que podem chegar longe e atingir um nível elevado, mas para existir esta evolução e este crescimento é preciso trabalhar, tanto nos clubes como nas seleções, em todos os escalões. 

5.    Que características fundamentais entende que uma jogadora de Polo Aquático deve ter para chegar ao topo.

Como em tudo, para se ter resultados é preciso trabalhar, o foco, a determinação, o empenho e a persistência estão na base do sucesso. No entanto há muito mais além destas características, sendo esta uma modalidade coletiva, o compromisso, companheirismo e a tolerância tornam-se também características importantíssimas para o sucesso. Porque o sucesso de uma jogadora depende, principalmente, do sucesso da sua equipa. 

6.    Uma mensagem poderia enviar às jovens jogadoras que agora começam na modalidade?

Às novas jogadoras digo-lhes que estão no início de uma jornada carregada de emoções e amizade, porque fazer parte de uma equipa é isso mesmo. Desfrutem, treinem e descubram a paixão do que é jogar polo aquático.  Às jogadoras mais novas, mas que já fazem parte do polo aquático português, quero deixa-lhes esta mensagem: Acreditem! Acreditem que é possível atingir os objetivos a que nos propomos, que é possível integrar a seleção nacional e, sobretudo, acreditem que o regresso aos campeonatos da europa está para breve e será para manter. Eu acredito, acredito no vosso talento, na vossa capacidade de superação e luta. Mas não se esqueçam, é preciso trabalhar, não desistir e, juntas, podem chegar longe.