«Vamos fazer tudo para obter a nossa melhor performance»

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Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves já estão em Doha (Catar) onde vão participar no Mundial 2024 já a partir de sexta-feira, dia 2 de fevereiro.

Na partida, do Aeroporto de Lisboa, falamos com Cheila Vieira, Beatriz Gonçalves e a treinador Silvia Hernández que nos revelaram como decorreu a preparação, os objetivos no Mundial e o sonho olímpico.

Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves (GESLOURES): «Nós vamos fazer tudo para obter a nossa melhor performance»

«Vamos apostar tudo na parte de “impressão artística” que é o nosso forte e é a parte que adoramos fazer.»

«Como as regras mudaram tudo pode acontecer. Isso é a parte mais gira do nosso desporto.»

«Tudo o que tínhamos a fazer já fizemos no treino com a treinadora Silvia Hernández e com toda a gente que nos acompanha.»

«Estamos com calma porque nesta época só pensamos: tudo para a qualificação depois um passo de cada vez.»

Selecionadora Silvia Hernández: «Agora estão bem: fortes, conscientes, nervosas, obvio é um momento importante nas suas vidas – são muitos anos de treino para realizar tudo em três minutos.

«Elas têm muita cabeça. Algo que têm e que nunca falha num momento importante.»

Cheila Vieira: «tivemos uma muito boa preparação tanto física como mentalmente. Tivemos alguns desafios pelo caminho, mas todos os caminhos são assim: desafios que nós superámos. Voamos para esta competição preparadas, a sentir a mente capaz porque já fizemos as rotinas várias vezes. O grau de dificuldade, o que nós sentimos, não em termos de pontuação, foi superado. Foi um grande desafio fazer uma coreografia bem feita, o que conseguimos e esperamos mostrar isso na competição. Em Doha esperamos encontrar um campeonato do Mundo normal, calmo, pacifico. Não vamos colocar muita pressão sobre nós por ser uma qualificação, porque o nosso principal objetivo é ir calmas para pensar em tudo o que temos de realizar que é conseguir a nossa qualificação olímpica para Portugal pela primeira vez.

Que critério tem de se alcançar para a qualificação olímpica?

Beatriz Gonçalves: «Como as regras mudaram tudo pode acontecer. Isso é a parte mais gira do nosso desporto porque já não há um ranking estipulado – és de um país x ou y e ficas neste ou neste posto –, ou seja, consoante a nossa dificuldade tudo pode acontecer. E também temos as 'base marks' e pode acontecer algum erro. Claro que esperamos não cometer nenhum erro e fazer tudo o que temos declarado e temos treinado. O que é giro é que nós podemos passar países que nunca pensamos passar, por causa desta parte, e também ser um desporto mais equivalente. É obvio que vai ser muito complicado. Nós estamos preparadas, como a Cheila disse. Tudo o que tínhamos a fazer já fizemos no treino com a treinadora Silvia Hernández e com toda a gente que nos acompanha.

No Catar, para além de ser uma qualificação, não esquecemos que é um Mundial. Vamos com calma. O nosso objetivo é melhorar a nossa performance do mundial anterior o que vai ser bastante complicado porque quanto mais alto subimos mais difícil se torna. Por vezes as pessoas não têm muita a noção daquilo que tentamos explicar das vagas, que há 18 lugares, mas que na realidade são três vagas reais. Somos tantos a lutar por três vagas e o facto de não depender só de nós, mas também das equipas é obvio que nos deixa um pouco mais emocionais, com as emoções mais à flor da pele. Nós vamos fazer tudo para obter a nossa melhor performance. Queremos mesmo sentirmo-nos realizadas neste Mundial. Depois é esperar o melhor, esperar a qualificação.

Como decorreu a preparação?

Cheila Viera: «Tivemos uma preparação muito completa com toda a equipa técnica que temos: PT de ginásio, treinador de yoga, ballet, com a treinadora Silvia, com a natação. Foi muito bem estruturado. Todos muito preocupados sabendo qual era o nosso objetivo e davam-nos força também, motivação, ajudavam-nos a trabalhar para esse objetivo. Uma preparação muito bem conseguida. Sentimo-nos no nosso “pico de forma” prontas para ir para esta competição e arrasar.

O que esperam encontrar de novo neste Mundial?

Cheila Vieira: «Gostamos sempre de pensar, o que é notório, que nos destacamos muito pela “impressão artística”. Ou seja, agora quando as regressas mudaram, acaba por ser tudo muito técnico, muito restrito, na parte artística nós conseguimos sempre destacarmo-nos. Muito juízes vem sempre falar connosco no final das coreografias dizendo: “Portugal dá gosto ver o esquema”. Mais uma vez é isso que nós queremos fazer: realizar o esquema com gosto, conseguindo transmiti-lo para as outras pessoas. Procurar que as pessoas notem em nós, com um esquema com gosto, artístico, divertido, que olhem e se lembrem do que nós fizemos e com certeza mostrar aquele “Step Up” que nós demos, que melhoramos bastante… estamos a arriscar muito, mas quem não arrisca também… é assim que é preciso para continuarmos a subir. Vamos apostar tudo na parte de “impressão artística” que é o nosso forte e é a parte que adoramos fazer.»

Como estão a encarar este objetivo Jogos?

Beatriz Gonçalves: «Sabemos que há mais países com os olhos em nós. Já não somos aquele país que para os outros “estamos tranquilas com elas”. Sabemos que todos os que estavam depois de nós estavam a tentar passar-nos. Isso vai ser o mais complicado porque vão realmente tentar passar-nos o que torna tudo mais difícil. Mas nós estamos com calma porque nesta época só pensamos: tudo para a qualificação depois um passo de cada vez.»

Cheila Vieira: «É mesmo o nosso mote: ir com tranquilidade. Já experimentamos de tudo nos treinos – ficar muito nervosas, involuntariamente acontece – mas reparamos que quando nós mantemos a calma para pensar nos erros, nos pormenores, nas viragens, na coreografia em si, corre sempre muito melhor.

E a treinadora fica nervosa?

Beatriz Gonçalves: «Tudo tem sido bem estruturado e a Silvia sabe o que faz e estamos muito gratas por trabalhar com ela já desde 2017 e todos estes “stepes” é devido à Silvia que nos tem estado a ajudar. Sem esquecer toda a gente que nos apoia.

A vossa mudança para o Algarve deu-vos mais foco?

Cheila Vieira: «Sim, claro, é mudarmos completamente de vida. E por nos focarmos no treino. Passamos o dia sempre juntas, as três, e neste momento é mesmo viver para o desporto e só focadas para o nosso objetivo.»

Silvia Hernandez: «O nível competitivo está muito alto. Nós fizemos o nosso trabalho e é bem possível. No mundial teremos de fazer também bem o nosso trabalho.

O que tem de fazer para atingir os objetivos?

De certeza absoluta não ter 'base marks'. Ou seja, temos aumentado a nossa dificuldade… mesmo muito. Não termos uma penalização. Cumprir com a nossa técnica correta.

Que pontuação tem se atingir para o apuramento olímpico?

É complicado definir porque neste momento a classificação tem três duetos e cinco equipas. Depende de quantas equipas entram que tem também dueto. Assim, precisamos de um resultado ou outro. Não dependemos só de nós. Dependemos também dos resultados das equipas. Mas entrar nas finais e ficar como o ano passado no “técnico” e um bocadinho melhor no “livre” já nos asseguraria uma vaga só dependeríamos dos duetos do continente de África e de Oceânia porque ficam após nós, mas têm vaga continental.

A preparação…

A preparação foi muito difícil. A mais difícil até agora por lesões por vírus – covid etc. – até ao mês de novembro treinamos bem – focamos-mos mais no técnico – competimos no estrangeiro e aprendemos sempre. O mês de dezembro não conseguimos realizar os objetivos por causa de vírus e lesões e tivemos uma fase psicológica e física complicada, mas estamos recuperadas.

Agora estão bem: fortes, conscientes, nervosas, obvio é um momento importante nas suas vidas – são muitos anos de treino para realizar tudo em três minutos.

Elas têm muita cabeça. Se há algo que tem e que nunca falha num momento importante.»

Natação Artística - Portugal

2/02 – Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves – Dueto técnico – Eliminatória

5/02 - Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves – Dueto técnico – Final

7/02 - Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves – Dueto Livre – Eliminatória

8/02 - Cheila Vieira e Beatriz Gonçalves – Dueto Livre – Final

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