Antevisão Campeonato Nacional Clubes da 1.ª Divisão - Felgueiras 2023

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Antevisão do Campeonato Nacional da 1.ª divisão - Felgueiras 2023

por João Bastos

Os campeonatos nacionais de clubes da 1.ª divisão começam já amanhã, quinta feira, 21 de dezembro, esta época em versão natalícia.

O regresso da primeira divisão ao primeiro macrociclo da época não é única novidade da edição deste ano que já tem à espera o Natação da Maia, Náutico Académico e Leixões em masculinos e Galitos, Naval do Funchal e Vilacondense em femininos para voltarem ou se estrearem no convívio dos grandes na próxima época.

Olhemos, então, para o espetáculo dos clubes que nos espera em Felgueiras nos próximos dias 21 e 22 de dezembro.

Histórico da primeira divisão

O Benfica em masculinos e o Sporting em femininos vão à procura de revalidar os seus títulos, mas recuemos no historial desta competição, até ao genesis, em 1978/1979.

Nas primeiras 8 épocas a primeira divisão não estava segmentada entre femininos e masculinos, sendo que, nesse período de oito anos, apenas duas equipas lograram sagrar-se campeões nacionais: FC Porto por seis vezes e Sport Algés e Dafundo nas outras duas.

Da época 86/87 para a frente, a primeira divisão sempre foi disputada separadamente entre masculinos e femininos. O Algés é o maior vencedor em masculinos, com 10 títulos, seguindo-se o Sporting com 9 (todos seguidos) e o Benfica com 6.

Em femininos o maior vencedor é o FC Porto, com 15 títulos, quase o dobro do Sporting que surge em segundo lugar com 8 e em seguida o Algés com 5.

A maior sequência masculina foram os 9 títulos do Sporting (e com dois anos de pandemia pelo meio) entre 2011/12 e 2018/19, com Alexis Santos presente em todos eles, e em femininos foram os 8 títulos seguidos do FC Porto entre 08/09 e 15/16, com Sara Oliveira a participar em todos.

As novidades desta época

Desde a época 2016/2017 que a primeira divisão não se disputava em dezembro, tendo sido nos últimos anos uma competição que surgia no calendário na ressaca dos nacionais absolutos da primavera.

No entanto, para encontrar a última edição em piscina curta é preciso recuar a Santo António dos Cavaleiros na época 2012/2013, também em dezembro.

11 anos depois, os novos campeões nacionais serão encontrados novamente em piscina curta, mas a maior novidade é termos, pela primeira vez, 16 clubes masculinos e 16 clubes femininos a disputar o título.

Outra novidade é voltarmos ao formato de apenas um nadador por prova em representação do seu clube.

Veremos a quem melhor serve o novo formato.

Primeira Divisão masculina

O Benfica vai procurar o bi-campeonato, algo que já conseguiu por duas vezes, em 88/89 - 89/90 e depois em 92/93 – 93/94.

Com a profundidade atual do plantel encarnado, o modelo dos dois nadadores por prova seria mais conveniente, ainda para mais quando tem velocistas como Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento e Miguel Marques, brucistas como Rafael Mimoso, Pedro Bonniz e Carlos Nunes ou costistas como Diogo Costa e Tomás Januário. O modelo “1 por prova” irá levar alguns nadadores a nadar provas menos habituais. Já no ano passado vimos Miguel Nascimento a nadar costas e Diogo Ribeiro a nadar 200 livres.

Mas isso não significa que sejam menos favoritos. A equipa de Ricardo Santos tem excelentes opções para praticamente todas as provas.

O Sporting será o principal opositor e tentará voltar ao lugar mais alto do pódio. Com os Franciscos (Santos e Quintas) a assumirem maior protagonismo, particularmente o brucista que se exibiu em grande forma nos nacionais de Leiria, Tiago Costa – sobretudo a evolução que pode ter desde há 15 dias – terá será fundamental para manter o Sporting na luta, assim como Diogo Cardoso, Bernardo Almeida e Daniel Catalão.

A equipa de Carlos Cruchinho é supercompetitiva, mas terá de se exceder superar o atual Benfica.

O Algés surge como o principal candidato ao pódio. Este ano com Gustavo Ribeiro, que se junta a Pedro Santos, Diogo Lebre e uns mais evoluídos Vasco Morgado, Tomás Cordeiro e Miguel Almeida, a equipa da linha está mais forte.

Deverá ter como principais rivais FC Porto, Louletano e Vitória Sport Club.

Na zona tranquila da tabela classificativa deverão estar Naval do Funchal, Braga e Belenenses. O Famalicão também não deverá ter grandes sobressaltos.

Daí para baixo, FOCA, União Piedense, Galitos, Colégio Efanor e Vikings andarão a fugir aos últimos três lugares 

Primeira Divisão feminina

O campeonato do ano passado decidiu-se apenas por 9 pontos, mas a edição deste ano tem potencial para ser ainda mais disputada entre Sporting e Benfica, com a pressão a aumentar sobre as nadadoras de ambas as equipas que sabem que por um ponto podem ganhar ou perder.

O Sporting ganhou o campeonato do ano passado na base da homogeneidade da sua equipa, mas este ano talvez depender de menos nadadoras seja mais favorável.

Do ano passado para este a evolução de Anna Fomina foi estrondosa e, é hoje, uma nadadora chave na equipa verde e branca. Assim como é a mais experiente Rita Frischknecht que se apresentou em boa forma nos nacionais de juniores e seniores. Também em grande plano em Leiria esteve Mariana Mendes, tal como as brucistas Margarida Nunes e Madalena Cerdeira. O regresso de Maria Moura é também uma excelente notícia. Leonor Catalão e Mafalda Pinto também são fundamentais na estratégia sportinguista.

Do outro lado da segunda circular mora uma equipa que tem uma oportunidade de ouro para vencer nos dois géneros. Diana Durães esteve imbatível nas suas provas de fundo em Leiria (se bem que em Felgueiras poderá ser “desviada” para as provas de estilos), Ema Conceição está numa forma fantástica, prestes a dar o salto para o patamar de seleção nacional, Raquel Pereira também é, obviamente, uma nadadora nuclear, assim como Letícia André. Os “jokers” da equipa serão Carolina Camacho, Catarina Franco, Matilde Lopes e Maria Leonor Coelho.

Não seria nada de estranhar se o pódio feminino fosse ocupado pelas mesmas equipas do pódio masculino (e até pela mesma ordem). O Algés é um forte candidato ao pódio. A equipa de André Ribeiro está mais evoluída e, liderada por Rafaela Azevedo, conta com nomes como Marta Pires, Rebeca Antunes, Francisca e Constança Ferreira. Uma equipa jovem, mas com muita qualidade.

Com iguais possibilidades de chegarem ao pódio estão três equipas que contam com reforços e, por isso, são maiores incógnitas. O FC Porto conta com Leah Whittaker e, provavelmente, Chiara Strickner, o Louletano com Paloma de Bordons e Carmen Heredia e o Fluvial Portuense com Sofia Mourenza e Ana Gonzalez. A juntar à prata da casa das três equipas, quem sabe se uma delas não pode mesmo intrometer-se nas contas do título.

O Braga de Tamila, o Louzan de Camila, o Ginásio de Vila Real de Ana Guedes, o Colégio Efanor de Mariana Cunha e o FOCA de Kika Martins deverão poder desfrutar da competição sem grandes pressões.

Já Belenenses, Desportiva de Viana, Estarreja, Condeixa e Vikings poderão ter de recorrer de quando em vez à calculadora.

Para os amantes da natação esta primeira divisão é uma prenda de Natal antecipada. E que não vem dentro de sapatinhos.

A partir de quinta-feira pode acompanhar tudo em

NATACAOTV.PT 

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