Susana Veiga e Diogo Neves dão aula a jovens no Projeto Natação da Santa Casa

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A Federação Portuguesa de Natação (FPN) e a Santa Casa Misericórdia de Lisboa (SCML) realizaram no Complexo de Piscinas do Jamor mais uma ação integrada no Projeto Natação – Primeiros Passos, uma parceria com o objetivo de promover atividades aquáticas para 30 jovens associados à SCML.

Os nadadores Susana Veiga e Diogo Neves foram convidados a dar uma aula sábado, 23 de julho, a esses jovens do Projeto Natação – Primeiros Passos, em que muitos dos quais tomam contacto, pela primeira vez, com o plano de água. A iniciativa passa por aprenderem as técnicas base da adaptação ao meio aquático, tais como o domínio da respiração, imersão e flutuação; deslocamento rudimentar; prevenção e regras de segurança em meio aquático.

Susana Veiga: «Foi a primeira vez que experienciei algo neste género - poder estar a acompanhar jovens e crianças, uma iniciativa interessante da Santa Casa para jovens que contactam pela primeira vez com uma piscina. Senti-os motivados e interessados em perceber a prática na natação paralímpica.»

Este projeto prevê os utentes SCML usufruírem destas aulas em três grupos diferentes para crianças a partir dos seis anos até à idade adulta. O número de participantes por grupo pode ir até 10. Cada grupo terá um professor e depois do grupo constituído participantes serão distribuídos por níveis de aprendizagem.

Diogo Neves referiu que é «importante a responsabilidade social proporcionar experiências novas a pessoas que nunca tiveram acesso a uma piscina. Com base na experiência é sempre possível adquirir conhecimentos novos o que permite não só entrar na natação, mas podem aproveitar esta oportunidade e evoluir. O especto social também é importante, o companheirismo permite-nos, através dos outros realizarmos e atingirmos outros objetivos. Aos jovens que querem experimentar a natação diria: experimentar e se gostares faz, porque se não gostares não vale a pena insistir.»

António Santinha, diretor da Unidade de Apoio à autonomização da Santa Casa, destaca: «estes miúdos podem ganhar experiências diferentes, daquelas que tinham anteriormente. Isto, porque temos neste projeto miúdos de várias idades, até aos adultos. O diretor recorda que decidiram, «antes ainda da pandemia, iniciar este projeto que ficou parado durante dois anos. Só o retomamos este ano e com grande sucesso, também graças ao esforço daquilo que tem sido o trabalho dos Jogos santa casa e da Federação de natação que conseguem manter este grupo a funcionar apesar do contexto adverso que se tem verificado. Entretanto, entre estes miúdos, de contexto diferentes, temos jovens que atravessaram o Mediterrâneo, mas não sabem nadar. Esta é uma ferramenta importante, competências que irão servir para a vida. O facto de sociabilizarem, conhecerem outras pessoas, e locais diferentes, isso traduz também em oportunidades. Estamos a falar de jovens que estão à procura de trabalho de criar oportunidades até em termos da parte educativa. Quando estão em contacto com outras pessoas de outras realidades isso acaba por devolver alguma normalidade às suas vidas.»

Pedro Brandão, técnico FPN a coordenar este projeto, recorda como a parceria surgiu e o seu objetivo. «Um desafio que a Santa Casa nos colocou, uma atividade fora do âmbito normal de um patrocínio que a FPN aceitou com entusiasmo e nos permitiu, de uma forma condensada, com os nosso professores,  receber jovens, que por outras vias não nos chegariam à piscina, e que permite proporcionarmos a adaptação ao meio aquático,  os primeiros contactos com a águas,  numa segunda instância provocar necessidades de continuidade dessa atividade, desenvolver o desejo de aprender a nadar, em terceiro lugar, transmitir as regras  básicas de higiene, a forma de  utilizar as instalações, as regras de convivência. Privilegiar a interação entre professores e pessoas de várias origens é também um fator muito importante. Por último, procurar que este projeto não fique por aqui, mas que seja um principio de uma colaboração mais eficiente em termos futuros para produzir outro tipo de benefícios de inserção social, e bem estar e proporcionar a essas pessoas , através da santa Casa aquilo que são alguns objetivos da natação de lazer.»