Europeu Sub 19 Netanya 2022 - António Machado: «aquilo que se pretende não é participar é vencer»

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Portugal joga segunda-feira, frente à Suíça (08h00 em Portugal), o seu último jogo do Campeonato da Europa Oran 2022, para discutir os 11.º lugar. António Machado faz a avaliação da prestação da seleção nos últimos dos jogos frente à Croácia e à Sérvia para o Europeu sub19 Netanya Israel 2022 e antecipa o derradeiro encontro frente à Suíça na disputa do 11.º lugar:

«Essa 11.ª posição é sinal de que não conseguimos o sonho de entrarmos dentro dos oito primeiros do Europeu e também a possibilidade de discuto o 9.º lugar, fruto de duas derrotas frente a duas equipas que, como tenho afirmado, “são de outro campeonato”.  Ainda assim, nesses encontros Portugal teve excelentes prestações. Cada uma com a sua forma de ser analisada. Digo isto, porque é bom para a seleção portuguesa corra atrás do sonho. É verdade que é muito melhor conseguir realiza-los, mas o estar próximo das decisões para que esse mesmo sonho se realize é algo que Portugal não estava habituado. Já na fase de qualificação deixamos para o último jogo com a França, a decisão de podermos estar no Europeu. É verdade que não o conseguimos. Depois de duas brilhantes vitórias frente à Ucrânia e à Grã-Bretanha, deixamos para a decisão com a Croácia a possibilidade de realizar o sonho de estar nos oito primeiro no Europeu. Poder sentir essas sensações que não é para todas as equipas. Algo que me deixa profundamente convicto que vale a pena todos os sacrifícios feitos principalmente pelas jogadoras, pela equipa técnica. Poder estar nas decisões para a realização destes sonhos é algo que faz crescer as equipas, que motiva muito, embora o desgosto da não realização desse objetivo seja duro, penoso, para quem alimentar esse desejo. Nesse contexto, o jogo com a Croácia esteve em aberto até meio da partida. Portugal esteve sempre dentro do jogo. Um terceiro período onde não foi feliz, onde falhou um penálti e uma bola isolada que conseguiu atirar ao lado, já dentro dos dois metros. Uma brilhante reação no último período, em que conseguimos reduzir a cerca de um minuto do fim para três golos e a 30 segundos para dois golos, criando alguma instabilidade na equipa adversária. Demos tudo, mas não conseguimos e, quando assim é, há que levantara a cabeça. Orgulharmos daquilo que fizemos e da possibilidade de termos discutido até ao fim a realização desse sonho e continuar a trabalhar porque mais tarde ou mais cedo ele realiza-se seguramente, se o trabalho, a motivação, as dedicações se mantiverem. Não há milagres, terminando um jogo cerca das 10h00 da noite e realizar outro jogo às 11h30 da manhã, é evidente que não estávamos exatamente nas mesmas circunstâncias que estava a equipa da Sérvia que tinha um jogo de manhã para se apurar. Portanto, Portugal apresentou-se junto da Sérvia que é, não se enganem, do mesmo nível que a Croácia, que na certa uma ficará no oitavo posto e outra no nono, mas nesse foi onde a capacidade física e mental foi possível aguentar. Entramos muito bem, estivemos por cima no jogo, tivemos uma diferença de três golos no primeiro período, perdemos essa diferença, mas ao intervalo estávamos ainda em vantagem e o terceiro e quarto períodos foram mais penosos, porque a condição física das jogadoras, sete, oito, conseguem garantir um ritmo adequado à competição e aquilo que se pretende que é vencer. Não é participar, é competir. Tenho a consciência tranquila. As escolhas que faço são as que dão mais garantias de ter sucesso. Posso estar enganado, mas a decisão e a responsabilidade são completamente assumidas. Nesse contexto, não tivemos a capacidade física para aguentar os quatro períodos e, nesse sentido, acabamos por perder com a Sérvia, mas com resultado sem desnível e que fez crescer esta equipa. Estamos convictos e motivados que iremos terminar o campeonato com uma vitória sobre a Suíça e ocupar a 11.ª posição, honrosa, tendo a noção de que a Ucrânia que perdeu com quarto com Portugal irá ficar na 10.ª posição, mas isso são as contingências como são estruturados os campeonatos. Como tivemos no grupo. Concluo, afirmando, que não jogamos para uma classificação de 10.º ou 11.º, mas por um sonho. As seleções de polo aquático buscam e trabalham por um sonho. E esse vai ser o lema que mais tarde ou mais cedo se tornará realidade, estou convicto disso.»

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