Fernando Leite: «testámos os nossos limites com vitória no Torneio das Nações»

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Fernando Leite, selecionador nacional masculino de Polo Aquático, faz o balanço do Torneio das Nações onde Portugal bateu na final os EUA, 13-12 (11-11 no tempo regulamentar).

“A participação no Torneio das Nações permitiu a seleção nacional absoluta um momento competitivo muito importante.  Esta participação, proporcionada pela direção da Federação Portuguesa de Natação (FPN), que culminou com a vitória na final, frente aos EUA, levou-nos a testar os nossos limites. Antes de mais, em balanço da participação no Torneio na R. Checa, analisemos alguns números: em cinco dias realizamos sete jogos, num total de 28 períodos de jogo, ganhamos 20, empatamos 4 e não conseguimos vencer outros 4. Ao longo do torneio marcamos 117 golos e sofremos 49, uma média de 7 golos sofridos e 16 marcados por jogo.  Nicolai Yanochko e Pedro Sousa conquistaram os prémios de melhor guarda redes e melhor marcador (36 golos), respetivamente. De referir que tivemos uma percentagem de eficácia em superioridades numérica que não é a desejável, 43% fica abaixo do esperado, no que diz respeito à percentagem da eficácia defensiva em inferioridade numérica é de 76%, um valor aceitável.

Um torneio muito desgastante a exigir dos jogadores num curto espaço de tempo a recuperação possível para realizar o jogo seguinte.

Como balanço da nossa participação, tenho a dizer que conseguimos em certos períodos dos jogos ser brilhantes e noutros ainda não estamos com os processos consolidados. Este conjunto de jogadores é experiente o suficiente para conseguir jogar em diferentes sistemas táticos e adaptar-se em situações adversas, mas temos de ser mais consistentes na defesa.

No primeiro jogo contra a República Checa, um adversário próximo no ranking, apresentamos um primeiro período muito bom com um parcial de 5/0, que apesar da diferença de golos, os jogadores estiveram muito bem na forma como abordaram o jogo.

No segundo jogo, frente à Bélgica, no mesmo dia, uma Seleção que luta num lugar de ranking connosco, fizemos um péssimo terceiro período que obrigou a um trabalho extra desnecessário, uma vitória difícil e com algumas lacunas defensivas, nomeadamente no exagero de faltas oferecidas nos 6 metros e alguma desatenção nas inferioridades numéricas.

Frente à África do Sul, no terceiro jogo, e segundo dia de competição, foi uma partida com demasiado contato físico onde demoramos algum tempo a impor a nossa forma de jogar.  Neste jogo, o terceiro período foi fundamental.

No quarto jogo, quero sublinhar a intensidade, mas a sofrível prestação defensiva no primeiro e segundo período, no terceiro dia de competição, contra a seleção de Singapura.

Ficamos em primeiro do grupo, cruzamos com a Lituânia na meia final, uma equipa com quatro canhotos e com elevada intensidade de jogo, bons rematadores um polo muito duro, uma seleção do mesmo patamar de ranking que a seleção nacional é sempre uma batalha difícil, entramos bem no jogo. O primeiro e o segundo período bem conseguido, um péssimo terceiro período onde sofremos 4 golos sem conseguir marcar nenhum e o quarto período muito bom com um parcial de 6-0.

A equipa representante dos Estados Unidos era sem dúvida, à partida, a favorita à conquista do torneio. Bons executantes e com automatismos de jogo consolidados. A intensidade que conseguiam dar ao jogo quebrava o poder ofensivo dos adversários.

O jogo da final, foi um jogo equilibrado do inicio ao fim. Pela forma como abordamos o encontro, com um espírito de entreajuda defensiva necessária, para a tarefa, não conseguimos dominar o jogo, mas controlamos na maior parte do tempo. Quanto aos penalties são uma extensão do jogo para a qual temos de estar preparados em certos jogos.

Um bom momento de aferição competitivo este Torneio das Nações, que permite tirar informação relevante. Pelos indicadores, ainda estamos longe da Roménia e de Malta, os nossos adversários em outubro no apuramento para o Europeu. Estamos focados nos aspetos que conseguimos controlar e melhorar. A oportunidade surge em trabalhar em registos de treino nos próximos tempos que nos permitam ir a jogo contra a Roménia.”