António Machado: «Estar presente no Europeu é o objetivo principal»

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António Machado faz um balanço muito positivo da participação da seleção feminina no Torneio Internacional Cidade da Guarda onde, depois de vencer a Ucrânia (17-10) e a Grã-Bretanha (14-7), na final perdeu com a Croácia por um golo (10-9). O treinador nacional assume objetivos para 2023, que passam pelo apuramento para a fase final do Europeu de Telavive, em Israel.

«Antes de mais quero agradecer a todos os que participaram na organização do Torneio Internacional Cidade da Guarda: à Federação e ao presidente e ao diretor desportivo José Machado. Um agradecimento especial a João Augusto, presidente da Associação Natação Interior Centro, e à CM da Guarda. Gostaria de salientar a importância de todos: atletas, treinadores, dirigentes do polo aquático e Federação. Temos de trabalhar em conjunto para conseguir algo que nunca foi conseguido: uma seleção absoluta integrar um patamar Europeu de excelência, que é ficar dentro dos 10 primeiros. Sabemos que a fase de qualificação para o Europeu de Telavive (Israel) em 2023 vai ser altamente concorrida. Ainda assim, estou convicto que a seleção de Portugal, se mantiver estes níveis de confiança, motivação e proporcionadas condições para fazer um trabalho continuo, ao longo da época, vai conseguir esse objetivo - estar presente no Europeu. O Torneio Cidade da Guarda, bem como o estágio preparatório realizado nas piscinas de Vilar Formoso, com o apoio da CM de Almeida, em conjunto com a equipa ucraniana, permitiu-nos trabalhar todos os aspetos do jogo, que foram importantes para a prestação da nossa seleção na Guarda. De salientar os resultados obtidos. Nem sempre é o mais importante nesta fase, mas não deixam de ser um bom indicador para o nosso grande objetivo. Mas para isso temos de concretizar nas fases de qualificação em março e junho do próximo ano. Só com um trabalho continuou, ao longo dos meses, conseguimos com este tipo de ações as condições adequadas, a “bagagem” necessária para atingirmos esse objetivo. Estar presente é o objetivo principal para depois dedicarmo-nos aos objetivos específicos nesse mesmo Europeu. Tudo tem uma ordem, por isso em primeiro lugar vamos tentar a qualificação. Depois definiremos os outros objetivos porque a seleção nacional não se limita a participar. Temos uma mística própria que as leva a competir e tentar alcançar os resultados que, há partida, não seriam espectáveis. Recordo que no jogo da final frente à Croácia perdemos por um golo (10-9). Tivemos um golo anulado nos últimos segundos por uma pequena infração, que não discuto, o árbitro é que decide. A verdade é que jogamos com o 8.º classificado no último Campeonato da Europa em setembro em Split e esta era a equipa que esteve presente nesse campeonato na Croácia. Por vezes não temos a noção do grau de dificuldade de Portugal estar dentro dos 10 ou mesmo dos 8 primeiros da Europa. Algo que não é frequente no sector feminino de outras modalidades. Muito poucas estão dentro desse patamar. Este resultado seria o mesmo se, comparássemos com a seleção masculina e esta perdesse por um golo com a Sérvia, 9.ª no Europeu. Dá para perceber o grau de dificuldade. Sinto que a família do polo aquático também não está por dentro da realidade e do grau de exigência que foi exposta esta seleção nacional. A nossa seleção, tal como a Croácia, são equipas jovens. Ambas tem uma margem de progressão que pode ser dilatada, mas, efetivamente, só vai acontecer se houver este tipo de contactos e de preparação. Uma preparação contínua, não para o Torneio da Cidade da Guarda, que também serviu de preparação para o nosso grande objetivo.Para alguns estarei a ser demasiado otimista e mesmo sonhador, mas esta é a forma que me move e a motivação para que consigamos levar a bom porto a responsabilidade de conduzir a seleção absoluta feminina.»