«Recordes nacionais e pessoais confirmam progressão»

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Terminado o Campeonato da Europa de piscina curta, que decorreu na cidade polaca de Lublin é tempo de balanço. E nada melhor que lançar o desafio ao Diretor Técnico Nacional para olhar para as performances dos nadadores portugueses nesta exigente competição e, também, projetar o futuro.

Para o responsável técnico da natação pura a Seleção Nacional «teve uma prestação marcada pela consistência competitiva, que se traduziram em recordes relevantes e sinais claros de evolução num contexto europeu cada vez mais exigente», começou por afirmar, antes de fundamentar a sua afirmação também com dados estatísticos: «Ao longo do Europeu, os nadadores portugueses estiveram presentes em 40 provas, alcançando 10 recordes pessoais individuais e 2 em estafetas, além de 6 recordes nacionais seniores e absolutos. No conjunto das provas, 30 por cento terminaram com melhorias de marca, um indicador que reflete a capacidade da seleção em competir próxima do seu máximo rendimento. Em termos globais, os nadadores portugueses apresentaram um nível médio de desempenho de 99,60 por cento, subindo para 99,80 por cento nas finais, um dado que evidencia maturidade competitiva nas fases decisivas.»

Recorde-se que no plano classificativo, a Seleção Nacional somou 6 presenças em meias-finais, 2 finais A, 14 classificações entre os 16 melhores da Europa e 2 lugares no top 8. O grande destaque da participação portuguesa foi indiscutivelmente Camila Rebelo, que bateu três recordes nacionais absolutos nos 50, 100 e 200 costas. A nadadora alcançou ainda duas finais A e três meias-finais, terminando os 200 costas no 4.º lugar e os 100 costas na 8.ª posição.

Em evidência esteve também Ana Pinho Rodrigues, que estabeleceu um recorde nacional absoluto nos 100 bruços, o primeiro da sua carreira em grandes competições internacionais, dez anos após a sua última participação num Europeu de piscina curta.

E foram estes resultados de Lublin superiores aos conseguidos pela Seleção Nacional no Europeu de Otopeni, em 2023? Ricardo Antunes sublinhou que se nadou mais rápido no Europeu de Lublin. «Em termos comparativos, apesar de os resultados globais ficarem abaixo dos registados no Europeu de Otopeni, os dados demonstram que a comparação direta não reflete o real nível competitivo de Lublin. A análise dos tempos de referência mostra que, nesta competição, os tempos europeus foram globalmente mais rápidos, com cortes de acesso às meias-finais e finais significativamente mais exigentes. Este aumento da densidade competitiva confirma a evolução da natação europeia, já observada anteriormente no Campeonato do Mundo de Singapura», frisou.

«Neste contexto, a prestação portuguesa ganha uma leitura positiva. Os recordes pessoais e nacionais alcançados confirmam a progressão dos nadadores nacionais, mas sublinham também a necessidade de acompanhar o ritmo acelerado da evolução internacional», prosseguiu Ricardo Antunes, lembrando que a exigência crescente do panorama europeu obriga a um trabalho cada vez mais rigoroso, assente na inovação metodológica, na especialização técnica e na otimização de todos os detalhes do processo de preparação e competição.

«O Europeu de Lublin deixa, assim, um duplo sinal para a natação portuguesa: consolida os progressos alcançados nos grandes palcos internacionais e reforça a consciência de que apenas uma abordagem cada vez mais exigente permitirá transformar a evolução em resultados consistentes, conquistar presenças regulares em finais e, a médio prazo, ambição sustentada em pódios europeus», concluiu.